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Algumas pragas podem causar perdas de até 90% na cultura do milho, a cigarrinha-do-milho é um exemplo disso.
Porém, existem épocas mais propícias ao ataque de cada praga, o que exige a diversificação das opções de controle. Ou seja, elas aparecem tanto na safra ou na safrinha e para identificá-las verifique o estágio fenológico da cultura.
Mas, antes de saber como lutar contra os ataques é preciso conhecer as pragas que trazem mais riscos à lavoura de milho. Em seguida, é necessário entender quais são as formas mais eficientes de manejo, usando o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Saiba a seguir quais são as pragas iniciais subterrâneas, as iniciais de superfície, pragas da parte aérea e as que atingem a espiga.
Na sua plantação de milho já houve falhas na germinação nas linhas de plantio?
Primordialmente, a principal causa disso é o ataque de pragas subterrâneas, que atuam principalmente nas sementes e raízes, dando um trabalhão para o produtor! São elas:
Também conhecida como vaga-lume, essa praga ataca sementes, o sistema radicular e os tubérculos da planta.
Assim, ela causa danos que chegam a ponto da planta não conseguir se sustentar, ficando incapaz de absorver nutrientes necessários para manter seu vigor.
Fase jovem (à esquerda) e adulta de Conoderus scalaris
(Fonte: Manual de Pragas do Milho FMC)
A larva-alfinete é conhecida como vaquinha ou brasileirinho e ataca as raízes. Igualmente, provoca na planta a falta de sustentação, pois, as raízes não absorvem bem água e nutrientes. Assim, surge o sintoma de “pescoço de ganso”.
Quando na fase adulta, se alimentam principalmente dos cabelos e folhas do milho, causando danos na parte aérea.
Larva-alfinete na raiz (à esq.) e adulto de Diabrotica speciosa sobre a folha
(Fonte: Manual de Pragas do Milho – FMC)
A larva-angorá possui hábitos semelhantes aos da larva-alfinete e até a aparência é similar a outra praga. Contudo, é na fase jovem que essa espécie causa estragos, danifica sementes e raízes, causando ataques em reboleiras.
Adulto de Astylus variegatus
(Foto: Ivan Cruz/Embrapa em Defesa Vegetal)
Atualmente, há várias espécies de corós, contudo, os pertencentes à família Melolonthidae merecem maior atenção.
As larvas, que chegam a até 4 cm de comprimento, se alimentam das raízes e conseguem levar a planta a morte.
Além disso, os corós também atacam a soja, então, é necessário ter cuidado ao fazer a rotação de cultura de milho logo após a soja!
Coró
(Fonte: Embrapa)
Primeiramente, antes do plantio é necessário monitorar o solo com amostragens em diversos pontos da lavoura.
Assim, fazer o controle cultural eliminando os restos culturais e hospedeiros alternativos, pode contribuir para redução populacional dessas pragas. Igualmente, o preparo do solo adequado auxilia no controle das pragas subterrâneas.
Por fim, o controle químico, com sementes tratadas e aplicações diretamente nos sulcos será eficiente em situações necessárias. Mas, lembre-se de sempre monitorar a área do plantio.
As pragas iniciais de superfície atacam a cultura do milho desde a germinação até a fase de plântula (cerca de 30 dias após a germinação). Deste modo, as principais são:
Essa espécie de lagarta ataca folhas e caule de plântulas recém-emergidas. A lagarta-elasmo tem potencial para causar enfraquecimento das plântulas e, em piores casos, levá-las à morte.
Frequentemente, os ataques ocorrem em épocas de estiagem. Fique atento!
Lagarta (à esq.) e adultos de Elasmopalpus lignosellus
(Fonte: Embrapa)
A lagarta-rosca possui várias espécies, contudo, a mais comum nas lavouras de milho é a Agrotis ipsilon. Como é o ataque? O ataque ocorre mais frequentemente nas hastes, mas pode atingir as sementes e folhas.
Esta praga causa danos irreparáveis, pois, costumam cortar as plântulas rentes ao solo.
Lagarta-rosca
(Fonte: Agro 20)
A princípio, as principais características da cigarrinha são ser parecidas com uma pequena mosca, ter a cor branco-palha ou coloração levemente acinzentada e tamanho aproximado a 0,5 cm. Igualmente, a cigarrinha se alimenta da seiva da planta de milho e realiza postura sob a epiderme da folha, preferencialmente na nervura central de folhas do cartucho da plântula.
Como ocorre a infecção causada pela cigarrinha-do-milho?
A infecção com molicutes acontece na plântula de milho em estádios iniciais de desenvolvimento. Deste modo, esses microrganismos patogênicos se desenvolvem nos tecidos do floema e a planta apresenta os sintomas do enfezamento só na fase de produção.
Além disso, o inseto-vetor dos molicutes sobrevive apenas no milho e, frequentemente, migra de lavouras com plantas adultas para lavouras com plântulas recém emergidas.
Cigarrinha-do-milho
(Fonte: Embrapa)
O percevejo-barriga-verde é uma grande preocupação para produtores de todo o Brasil, principalmente na rotação de milho safrinha sucedido à cultura da soja. Logo, o maior problema causado por ele é o ataque as plântulas que gera um enorme prejuízo ao final da safra.
Adulto de percevejo-barriga-verde
(Fonte: Roundup Ready)
Para controlar as pragas é imprescindível que você se previna do ataque fazendo o tratamento das sementes. Então, faça o monitoramento na área alguns dias após o plantio para detecção de pragas.
Fazer o controle cultural também contribui para redução destas pragas, por isso, retire restos culturais, palhada e plantas daninhas.
Veja como controlar a cigarrinha-do-milho e o percevejo-barriga-verde:
Sobretudo, as pragas da parte aérea são bem agressivas. Afinal, nesta etapa, as plantas já estão mais lignificadas ou “mais fortes”, então, essas pragas têm uma voracidade alta. Logo, conseguem reduzir a produtividade da sua lavoura nesta fase.
Principal praga da cultura de milho, a lagarta-do-cartucho ataca o cartucho do milho. Igualmente, além de atacar o cartucho, ela atinge folhas e até a espiga. Sendo assim, essa praga pode permanecer na cultura do início ao fim do ciclo.
Um ataque dela é capaz de levar à queda de mais de 50% na produção.
Lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda)
(Fonte: EPPO)
A broca-da-cana ou lagarta-do-colmo, se alimenta do colmo, formando galerias transversais e longitudinais. Portanto, essas galerias causam o tombamento e acamamento da lavoura em estágios vegetativos mais avançados da cultura.
Tal qual, essas galerias favorecem a entrada de outras pragas e microrganismos que causam doenças e podridões.
Broca-da-cana danificando o colmo
(Fonte: Manual de Pragas do Milho – FMC)
Para monitorar essas pragas use e armadilhas de feromônio para detecção dos adultos.
No caso da broca-da-cana, as lagartas ficam mais tempos no colmo. Assim, faça o controle por meio da liberação de parasitoides de ovos e de lagartas na lavoura, como Trichogramma galloi e Cotesia flavipes.
Finalmente, a produção estará de vento em popa, mas é aí que deve se prestar mais atenção ainda com as pragas do milho que atingem a espiga!
Conheça-as:
Inicialmente, essa praga ataca os cabelos novos e em seguida, as lagartas se alimentam dos grãos formados. Quando bem desenvolvidas, as lagartas chegam a medir até 5 cm de comprimento. Por último, além de atacar aos grãos, elas facilitam a entrada de microrganismos.
Lagarta-da-espiga sobre os grãos
(Fonte: Eurekalert)
Cuidado com esse inseto, pois, ele causa danos expressivos nas espigas.
E sabe como elas conseguem penetrar a espiga? Pelos danos deixados pela lagarta-da-espiga, mencionados acima!
Assim, há o apodrecimento das regiões atacadas, impedindo o consumo in natura do milho.
Adulto e larva da mosca-da-espiga
(Fonte: Ivan Cruz/Embrapa em Panorama)
Agora, se você ver um percevejo diferente próximo às espigas, fique atento!
O percevejo-do-milho causa danos tanto na fase das ninfas quanto adultos. Logo, ele murcha e dá podridão a espiga, com a sucção dos grãos.
Mas, como reconhecer? O diferencial deles é uma dilatação nas pernas em formato de folha. Observe na imagem abaixo.
Adulto (acima) e ovos do percevejo-do-milho
(Foto: Ivan Cruz/Embrapa em Panorama)
De antemão, antes de fazer o controle é importante ter o monitoramento constante da lavoura.
Para o controle da lagarta-da-espiga, diversos produtores têm feito liberações do parasitoide Trichogramma pretiosum. Mas, atenção: essa não é a mesma espécie para controle da broca-da-cana!
Por fim, para as demais pragas, o controle cultural indicado é:
Refente ao controle por meio de inseticidas, indicamos que você procure a orientação de um engenheiro-agrônomo.
É importante conhecer as principais pragas do milho e saber quando controlá-las.
Controles desnecessários levam a gastos desnecessários e desequilíbrios nos agroecossistemas.
Por isso, tenha sempre em mente a importância do preparo pré-colheita e o entendimento de quais pragas devem ser de maior relevância durante o ciclo da cultura.
Claro, também existem pragas secundárias que podem causar danos significativos. Contudo, isso depende do nível da população e do monitoramento que você faz.
Como você controla as pragas do milho em sua propriedade rural? Alguma pergunta? Deixe o seu comentário!